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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Psychedelic Experience



O planeta atlântida deste ano, foi o maior da história, no segundo dia, foram vendidos um total de 50 mil ingressos. E como se isso não bastasse, me proporcionou a melhor festa da minha vida.


Não é novidade o meu amor pela música eletrônica, o meu amor, por batidas repetitivas que formam freqüências capazes de te mover por dias e noites. Os primeiros minutos dentro do E-Planet foram algo sobrenatural. Uma felicidade, uma alegria incontrolável tomaram conta de mim, eu ria, chorava, dançava, como se o mundo fosse acabar. Em certo momentos eu podia tocar a música, eu sentia ela se movendo pelo meu corpo através dos meus ouvidos. Em certos momentos, eu sentia a presença das pessoas a minha volta, e quando eu fechava os olhos, o chão desaparecia debaixo dos meus pés. Estas pessoas estavam lá, talvez compartilhando o mesmo amor pela música eletrônica que eu, talvez compartilhando olhares de amores antigos, amores de outras vidas. Olhares, de almas, que puderam se tocar uma vez mais, antes do infinito chamá-las.


Horas esperando pelo motivo maior que me levou ao Planeta Atlântida, apresentação do Paranormal Attack. Quando faltavam alguns minutos, me dirigi até a arena. Inicio de show, problemas técnicos, achei que era marra dos caras. Show recomeça, segunda falha técnica, impossível esconder o desespero com um possível cancelamento do show. Terceira falha, seguida de vários "Eu não acredito que isso esteja acontecendo, não pode ser." Jurei que não saia da saba até que o show fosse realmente cancelado. Quando já tinha perdido as esperanças vi o Xangai levantar 25 mil pessoas de novo, e me proporcionar algumas das melhores lembranças da minha vida. 


Era uma emoção incontrolável, na segunda música eu já estava completamente em transe. Pode parecer engraçado, mas era contagiante, como disse um amigo meu. De braços abertos eu sentia o mundo na minha volta desaparecer e renascer das cinzas, eu sentia a aura das pessoas a minha volta, e quando fechava os olhos, tudo sumia, restando apenas aquele som que movia o meu corpo inconscientemente. Eu não sentia o chão. Era como se flutuasse. Eu sentia pessoas a minha volta, que eu queria muito que estivessem ali, mas que não puderam ir, fisicamente, pois com certeza, as suas almas estavam presentes, pois não há outra explicação pro que eu senti. 




Be With You, Seek and Destroy, clássicos que marcaram a minha vida, mas ainda faltava algo para a palavra perfeição poder ser usada. Final de show, despedidas, e o silêncio, com as minhas ultimas forças, eu gritei "Walking in the Sun!", se ele ouviu ou não, eu não sei. O que eu sei, é que segundos depois, uma das músicas que mais marcou a minha vida, que foi responsável, talvez, por esse amor todo que eu tenho hoje pela música eletrônica, estava tocando pra mais de 20 mil pessoas. Corpo completamente arrepiado, eu chorava, gritava, ria, pulava freneticamente de um lado pro outro. Descrevam como quiserem, eu não consigo. Era inacreditável aquilo estar acontecendo. 
E como se isso tudo não bastasse pra me fazer a pessoa mais feliz do mundo durante 7 minutos, na metade da música um pingo de chuva cai sobre o meu rosto, e seguindo ele, centenas mais. Naquele dia a minha alma foi lavada, naquele dia, todos os meus problemas foram pra baixo da terra. A agua da chuva entrava nos meus ouvidos como um suspiro, dizendo que não havia problema sem solução. Mais uma vez eu fechei os olhos e encontrei a transcendência. O som era o mesmo, mas o lugar não era, eu estava em outro espaço, outro tempo. Sozinho naquela imensidão, conhecendo os limites do meu corpo, aprofundando o conhecimento da minha alma, vivenciando uma das maiores experiências psicodélicas da minha vida. E por incrível que pareça, a lisergia não se fazia presente. Foram momentos de psicodelia extrema, e não era físico, era espiritual. Eu estou a dias em estado de êxtase profundo lembrando de cada detalhe, e mesmo assim, eu não consigo encontrar palavras pra descrever o que aconteceu naquele lugar, naquele dia. 


Eu só queria agradecer a todas essas pessoas, que compartilharam esse momento comigo, a todas as quase 25 mil pessoas. Pessoas que sabem, que os momentos mais simples, são os mais importantes, e que coisas como as que aconteceram, não tem preço.


Dedicado especialmente aos meu brothers Matheus Morcinek, Pedro Chein, e Marcos Vidarte.
Gean Rodriguez 

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